Prefeitura de Manaus lança Campanha de Combate ao Tráfico de Pessoas para reforçar a proteção dos cidadãos

Em um esforço conjunto para enfrentar um dos mais graves crimes contra os direitos humanos, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), lançou, nesta segunda-feira, 24/7, no aeroporto internacional Eduardo Gomes, a “Campanha de Combate ao Tráfico de Pessoas”.

A iniciativa visa ampliar a conscientização e combater de forma efetiva a prática criminosa, que afeta milhares de pessoas e que tem sido uma preocupação crescente em âmbito global. Infelizmente, Manaus também não está isenta dessa realidade. A cidade, como importante centro econômico e cultural, tem sido alvo de grupos criminosos que exploram e submetem indivíduos a condições de trabalho forçado, exploração sexual e outras formas de escravidão moderna.

De acordo com o secretário da Semasc, Eduardo Lucas, a temática será trabalhada em todos os equipamentos socioassistenciais da secretaria durante este mês, para sensibilizar e envolver toda a sociedade nesse enfrentamento, com o objetivo de reduzir a incidência do tráfico de pessoas na cidade e proteger os mais vulneráveis.

“Nós não podemos baixar a guarda, esse problema existe, não é coisa de filme. Por isso, nós precisamos conscientizar as pessoas, sensibilizando-as para que criem coragem e façam a denúncia na primeira suspeita. Além das ações nos nossos equipamentos, também vamos para a rua, para as periferias, para os hotéis, nos prostíbulos, nos bares, para fiscalizar e divulgar a campanha para que todos saibam que liberdade não se compra e que dignidade não se vende”, afirmou.

A campanha, idealizada em parceria com secretarias municipais, como a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), organizações não governamentais, órgãos de segurança pública e instituições sociais, busca abordar o problema sob diferentes perspectivas.

“As pessoas acham que o tráfico humano e contrabando de pessoas ocorre só no mundo fictício, e isso não é verdade. Temos que ficar atentos e buscar denunciar. Nós também levaremos essa campanha para os municípios de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira”, destacou a secretária de Direitos Humanos da Sejusc, Gabriella Campezatto.

O enfoque principal da campanha é a prevenção, alertando a população sobre os sinais de alerta do tráfico de pessoas e encorajando a denúncia de atividades suspeitas.

“O tráfico de pessoas só perde para o comércio de drogas e de armas, então sabemos que os recentes casos notificados na região amazônica, até o momento, são a ponta do problema que acontece nos bastidores. No meio dessa violação de direitos, nós mulheres, crianças e adolescentes sofremos e precisamos resistir, precisamos usar os meios disponíveis para realizar a denúncia quando houver qualquer indício desse tipo de crime”, ressaltou a subsecretária municipal de Políticas Afirmativas para Mulheres e Direitos Humanos, Graça Prola.

O lançamento da campanha contou com a participação de representantes das Agências da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Migrações (OIM), para Refugiados (Acnur), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), da Polícia Federal e de Organizações da Sociedade Civil (OSCs). Além disso, também houve a apresentação cultural “O Grito Silencioso”, que retratou um caso de tráfico de mulheres.

“Essa cena feita pelos atores aqui hoje é mais constante do que a gente imagina e infelizmente os sinais não são tão claros assim. Então, essa percepção do olhar para poder denunciar e salvar a vida de pessoas é fundamental. É um assunto que o grupo todo trabalha ao longo do ano, para garantir que nós sejamos ativos na redução e erradicação do tráfico de pessoas nos aeroportos do Brasil”, reforçou a CEO da concessionária Aeroportos da Amazônia, Karen Strougo.

Os cidadãos também são peças-chave nesse esforço de combate ao tráfico de pessoas. Ao identificar qualquer situação suspeita, é essencial denunciar às autoridades competentes ou a entidades especializadas no atendimento a vítimas desse crime. As denúncias podem ser feitas pelos números 0800 092 6644, 0800 092 1407 ou Disque 100.

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